Águas verde-azuis do Rio Formoso foram contaminadas com simazina - Foto: Mairinco Pauda/Governo do MS
A cidade de Bonito, que tem o título de destino turístico mais famoso em Mato Grosso do Sul, vive uma realidade preocupante: a devastação desenfreada do solo para dar lugar à monocultura de soja e milho. Essa prática, além de colocar em risco a biodiversidade da região, também ameaça os frágeis recursos hídricos da Serra da Bodoquena. Após constatar a presença de quatro tipos de agrotóxicos em rios da cidade, uma reunião extraordinária do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) foi convocada para discutir sobre o futuro do município mais preferido pelos turistas no estado.
Dados da Fundação Neotrópica do Brasil revelaram uma grande presença de agrotóxicos. Águas verde-azuis do Rio Formoso foram contaminadas com simazina, enquanto o Rio Verde apresentou vestígios desse mesmo herbicida. O Rio do Peixe, por sua vez, registrou a presença de tiametoxan. Em áreas urbanas, o Córrego Bonito, afluente do Rio Formoso, mostrou sinais de fipronil e carbendazim, destacando a disseminação dessas substâncias tóxicas em ambientes aquáticos cruciais para a região.
O avanço da soja em Bonito é impulsionado pelo alto valor do grão no mercado internacional, o que o torna líder nas exportações de Mato Grosso do Sul, gerando US$ 2,3 bilhões apenas entre janeiro e junho deste ano. Parte dessa riqueza a pelo município, mas a monocultura da soja também traz consigo sérios riscos ambientais.
A reunião do conselho será no próximo dia 26, a partir das 14h. Pelo calendário oficial, o próximo encontro seria em 7 de agosto. Mas o debate foi convocado para “apresentação dos estudos sobre a presença de agrotóxicos em cursos d'água de Bonito, pela Fundação Neotrópica do Brasil, e deliberações pertinentes”.
*Com informações do Campo Grande News